A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa
causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. Foi descoberta em
1873 por um cientista chamado Hansen, o nome dado a ela é em homenagem
ao seu descobridor. Entretanto, esta é uma das doenças mais antigas já
registradas na literatura, com casos na China, Egito e Índia, antes de
Cristo.
A doença é curável, mas se não tratada pode ser preocupante. Hoje, em
todo o mundo, o tratamento é oferecido gratuitamente, e há várias
campanhas para a erradicação na doença. Os países com maiores incidência
são os menos desenvolvidos ou com condições precárias de higiene e
superpopulação. Em 2011, o Ministério da Saúde registrou no Brasil mais
de 33 mil casos da doença.
A transmissão do M. leprae se dá através de contato íntimo e contínuo
com o doente não tratado. Apesar de ser uma doença da pele, é
transmitida através de gotículas que saem do nariz, ou através da saliva
do paciente. Não há transmissão pelo contato com a pele do paciente.
Afeta primordialmente a pele, mas pode afetar também os olhos, os
nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos. Ao penetrar no
organismo, a bactéria inicia uma luta com o sistema imunológico do
paciente. O período de incubação é prolongado, e pode variar de seis
meses a seis anos.
SINTOMAS
A hanseníase acomete primeiro a pele e os nervos periféricos, e pode
atingir também os olhos e os tecidos do interior do nariz. O primeiro e
principal sintoma são o aparecimento de manchas de cor parda, ou
eritematosas, que são pouco visíveis e com limites imprecisos.
Nas áreas afetadas pela hanseníase, o paciente apresenta perda de
sensibilidade térmica, perda de pelos e ausência de transpiração. Quando
lesiona o nervo da região em que se manifestou a doença, causa
dormência e perda de tônus muscular na área.
Podem aparecer caroços e/ou inchaços nas partes mais frias do corpo,
como orelhas, mãos e cotovelos; e pode haver alteração na musculatura
esquelética causando deformidades nos membros.
Além disso, são identificadas quatro formas clínicas da doença:
Hanseníase indeterminada
Estágio inicial da doença e muito comum em crianças. Quando começa
nesse estágio, apenas 25% dos casos evoluem para outras formas.
Hanseníase Tuberculóide
Forma mais leve da doença. A pessoa tem apenas uma ou poucas manchas
pálidas na pele. Ocorre quando a patologia é paucibacilar (com poucos
bacilos), ou seja, não contagiosa. Alterações nos nervos próximos à
lesão, podem causar dor, fraqueza e atrofia muscular.
Hanseníase Borderline
Forma intermediária da doença. Há mais manchas na pele e cobrindo
áreas mais extensas, em alguns casos é difícil precisar onde começa e
onde termina.
Hanseníase Virchowiana
Forma grave da doença, multibacilar, com muitos bacilos, e
contagiosa. Os inchaços são generalizados e há erupções cutâneas,
dormência e fraqueza muscular. Nariz, rins e órgãos reprodutivos
masculinos também podem ser afetados.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da hanseníase é feito pelo dermatologista, e envolve a
avaliação clínica do paciente, com aplicação de testes de sensibilidade,
palpação de nervos, avaliação da força motora etc. Se o dermatologista
desconfiar de alguma mancha ou ferida no corpo do paciente, poderá fazer
uma biópsia da área ou pedir um exame laboratorial para medir a
quantidade de bacilos. O exame identifica se a hanseníase é
paucibacilar, com pouco ou nenhum bacilo; ou multibacilar, com muitos
bacilos.
É importante lembrar que a hanseníase é uma doença totalmente
curável, e não há motivo para preconceito. É importante ficar atento aos
sinais e procurar o dermatologista, ele prescreverá o tratamento
adequado.
TRATAMENTO
O Tratamento é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde
(SUS). Antibióticos são usados para tratar as infecções, mas o
tratamento completo é em longo prazo. Nas formas mais brandas
(paucibacilar) demora em torno de seis meses, já nas formas mais graves
(multibacilar) o tempo é de um ano ou mais.
Há alguns medicamentos específicos e combinações que são prescritas
pelo médico. Alguns não podem ser tomados por grávidas, por isso avise o
médico em caso de gravidez.
É fundamental seguir o tratamento, pois é eficaz e permite a cura da
doença, caso não seja interrompido. A primeira dose do medicamento já
garante que a hanseníase não será transmitida.
PREVENÇÃO
A melhor forma de prevenir a doença é mantendo o sistema imunológico
eficiente. Ter boa alimentação, praticar atividade física, manter
condições aceitáveis de higiene também ajudam a manter a doença longe,
pois, caso haja contato com a bactéria, logo o organismo irá combatê-la.
Outra dica importante é convencer os familiares e pessoas próximas a
um doente a procurarem uma Unidade Básica de Saúde para avaliação,
quando for diagnosticado um caso de hanseníase na família. Dessa forma, a
doença não será transmitida nem pela família nem pelos parentes
próximos e amigos.
FONTE:http://www.sbd.org.br/doencas/hanseniase/
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