A
síndrome (ou doença) mão-pé-boca é uma infecção viral contagiosa,
causada por um Enterovirus (Coxsackie A16), que acomete principalmente
crianças com menos de 5 anos de idade (mais frequente dos 6 meses a 3
anos), embora possa afetar adultos. Caracteriza-se por lesões na
cavidade oral e erupções nas mãos e pés. Sua identificação inicial
ocorreu no ano de 1958, com o isolamento do agente num surto no Canadá.
Forma de Transmissão
A
transmissão se dá pela via oral ou fecal, através do contato direto com
secreções de via respiratória (saliva), feridas que se formam nas mãos e
pés e pelo contato com as fezes de pessoas infectadas ou então através
de alimentos e de objetos contaminados. Apesar da pessoa infectada poder
permanecer eliminando o vírus nas fezes após já terem desaparecido as
lesões da boca, mãos e pés, o maior risco de contágio ocorre durante a
primeira semana de doença.
Sinais e Sintomas
O
período de incubação é de 4 a 6 dias. Geralmente a doença inicia-se com
febre. Apesar de pouco frequente podem ocorrer casos sem febre. Um a
dois dias após surgem aftas dolorosas e gânglios aumentados no pescoço. A
seguir, surge nos pés e nas mãos uma infecção moderada sob a forma de
pequenas bolhas não pruriginosas e não dolorosas, de cor acinzentada com
base avermelhada. Essas lesões podem aparecer também na área da fralda
(coxas e nádegas) e eventualmente podem coçar.
Na
maioria dos casos, a doença evolui de forma benigna, com cura
espontânea após 7 a 10 dias, sendo pouco frequentes as complicações. É
comum que a criança também sofra de dores de cabeça e acentuada
inapetência.
Nas
crianças, a desidratação é a complicação mais frequente em virtude da
febre e da ingesta inadequada de líquidos, devido a dor para engolir.
Outras complicações podem ocorrer, mas são raras, como meningite viral
ou "asséptica", encefalite e ou encefalomielite e Paralisia Flácida
Aguda.
Diagnóstico
O
diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas, localização e aparência
das lesões. Em alguns casos, os exames de fezes e a sorologia podem
ajudar a identificar o tipo de vírus causador da infecção. É importante
estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças que também
provocam estomatites aftosas ou vesículas na pele.
Tratamento
Não
há tratamento específico. Em geral, como ocorre com outras infecções
por vírus, ela regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso,
na maior parte dos casos, o tratamento é sintomático com antitérmicos e
anti-inflamatórios. Os medicamentos antivirais ficam reservados para os
casos mais graves. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome
bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta.
Medidas de Prevenção e Controle
Ainda
não existe vacina contra a doença mão-pé-boca. Medidas de prevenção e
interrupção da cadeia de transmissão são importantes na Síndrome
Mão-Pé-Boca:
-
As crianças e adultos que estiverem com sinais e/ou sintomas de SMPB
não deverão frequentar escolas ou creches até recomendação médica para o
retorno;
- Lavar as mãos frequentemente com sabão e água, especialmente depois de trocar fraldas e usar o banheiro;
- Limpar e desinfetar superfícies tocadas com frequência e itens sujos, incluindo brinquedos;
-
Evitar contato próximo, como beijar, abraçar ou compartilhar utensílios
ou xícaras com pessoas com problemas de mãos, pés e boca;
- Crianças devem ficar em casa, sem ir à escola, enquanto durar a infecção;
- Lembre-se sempre de lavar as mãos antes e depois de lidar com a criança doente;
- Monitorar locais de maior risco (escolas, creches, clubes entre outros);
- Todo o caso de SMPB deve ser encaminhado ao serviço de saúde para diagnóstico e orientações, quanto ao tratamento e controle;
-
Disponibilizar sabão líquido e papel toalha nas pias onde são
realizadas a higienização das mãos das crianças e colaboradores e o
álcool em gel em locais que não têm pia;
-
Orientar profissionais de saúde quanto: às medidas de prevenção e
controle da cadeia de transmissão, tratamento sintomático e
notificação.
Como Notificar a Doença:
Unidade de Saúde/Estabelecimento de Ensinos e Creches
_
Notificar a Secretaria Municipal de Saúde, na Coordenação da Vigilância
Epidemiológica de Ichu, através de modelo de planilha em anexo e
encaminhar para o e-mail: viepichuba@gmail.com. Na ocorrência de casos
de síndrome de mão-pé-boca, todos os sintomáticos deverão ser orientados
a procurar atendimento médico. Situações de surtos (ocorrência de três
casos ou mais) em instituições sediadas em Ichu deverão ser comunicados
imediatamente a VIEP – VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE ICHU através dos
contatos listados abaixo.
Fone: 75 3684-2108.
E-mail: viepichuba@gmail.com
Referências:
1.http://www.cievs.saude.salvador.ba.gov.br/nota-informativa-smsdviscievsn02_2019-sindrome-de-mao-pe-boca (Acesso em 12/04/19).
2. https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/doenca-mao-pe-boca/ Núcleo do Telesaude da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Acesso em 04/04/2019)
3. Ficha de notificação SINAN. Disponível em http://portalsinan.saude.gov.br/surto (Acesso em 12/04/2019)
4. Brasil. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Doença mão-pé-boca. Disponível em: http://bvs.saude.gov.br/dicas-em-saude/2739-doenca-mao-pe-boca. (Acesso em 04/04/2019)
Ichu-Ba, 15 de abril de 2019.
Arlete Santiago de Souza Santana
Coordenadora da VIEP - Ichu
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