Dos
dias 24 a 28 de Novembro, o movimento Regueiros da Paz do município de
Ichu vem realizando atividades visando conscientizar a populaçao sobre a
importância de se afirmar a nossa identidade. O tema Central desse ano é
Jovens pelo direito a vida e inclui uma programação diversificada,
aplicada dentro dos diversos espaços públicos do Município.
Na
última quarta Feira, 25 de Novembro, os Profissionais de Saúde que
atuam na Atenção Básica, participaram de uma palestra, contida no
cronograma do Novembro negro que trouxe em seu tema a Saúde da população
negra, ministrado por Creuza Juriti.
Creuza
Jurití é representante do Fórum de igualdade Racial e da Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Social de Serrinha e destacou que quando se
trata da população negra, é preciso buscar um aprofundamento melhor
sobre o assunto. Para ela, o Racismo ainda está presente na sociedade e
embora esse tema esteja intagrado na PORTARIA Nº 992, DE 13 DE MAIO DE
2009 que Institui a Política Nacional de Saúde Integral da População
Negra, muitos municípios ainda não trabalham e poucos a conhecem.
Sobre o racismo, Creuza lembrou que é notório a presença de atos inaceitáveis na vivencia em sociedade.
"Sou uma mulher negra que assumo minha identidade tão como ela é,
mantendo minha auto estima elevada para encarar todos esses problemas,
porém muitos ainda não assumem e quando se deparam com situações
racistas, na maioria das vezes tem a sua saúde afetada dando espaço à
depressão e outros males".
Jurity
lembrou que o meio ambiente exclui e nega o direito natural de
pertencimento, determinando as condições especiais de vulnerabilidades
social, formal e individual, tornando a inserção social desqualificada e
desvalorizada das necessidades reais do povo negro. Por mais que exista
o dia nacional da Saúde da população negra, poucos sabem que este seja
em 27 de outubro, passando despercebido na sociedade.
Creuza
frisou o Diferencial de atendimento na saúde que se acentua quando o
acesso para
o povo negro, muitas vezes se torna um dos determinantes de
parcialidade em saúde fazendo com que o SUS seja um instrumento de
desigualdade para as diferentes populações. para ela, o bem estar do
outro é também o meu bem estar e se o sistema é pra todos, deveria ser
tratado como todo. Falta preparação para que dentro do SUS ou em
qualquer espaço, haja igualdade de direitos.
Sobre
as doenças mais evidentes nessa população, Jurity destacou a anemia
falciforme, Diabetes mellitus, Hipertensão Arterial, miomatose, Câncer
de Mama, útero, próstata, intestinal, hepatites (B e C), Tuberculose e
Aids. É preciso um estudo minucioso e científico das causas que
contribuem para que essas doenças afetem mais esse povo para que se faça
um trabalho preventivo. É Preciso que se garanta uma medicina popular
de matriz africana contribuindo com as manifestações afro Brasileiras.
Para
finalizar Creuza Jurity lembrou do pensamento de Nelson Mandela que diz
que Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua
origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se
elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega
mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade
humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta.
A Equipe de Saúde e os integrantes do Grupo Regueiros da Paz, agradeceu a Creuza Juriti pela contribuição neste momento.
Por Cida Carneiro/Ichu Notícias/Rádio Independente FM
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