sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Prefeitos ameaçam acionar União

Gestores decidiram cobrar financiamento do governo, durante encontro na UPB - Foto: Divulgação l upb.org.br
  • Gestores decidiram cobrar financiamento do governo, durante encontro na UPB
Prefeitos e secretários municipais da saúde reunidos, nesta quarta-feira, 21, na sede da  União dos Municípios da Bahia (UPB) "decidiram ir para cima" e cobrar  do governo federal o financiamento destinado à saúde. Irritados com o atraso nos recursos, os gestores defenderam, entre várias medidas, ação na Justiça Federal contra a União, exigindo a garantia dos repasses que foram pactuados no Sistema Único de Saúde (SUS).


O encontro teve a participação do presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Guimarães. O dirigente informou que, além do déficit de R$ 5 bilhões no Orçamento da União este ano para a saúde, os municípios só têm assegurados 50% do repasse de dezembro.

O restante ficaria, segundo disse o ministro da Saúde, Mauro Junqueira, ao dirigente, para janeiro de 2016 -  um déficit de R$ 3 bilhões.

"Receberemos metade da parcela de dezembro, num mês que temos uma folha e meia com a segunda parcela do 13º salário dos servidores da saúde. E ao deixar de usar o dinheiro do orçamento de 2015, vai-se onerar o orçamento de 2016, que já tem um déficit estimado de R$ 16,8 bilhões", explicou Guimarães.

O presidente da Conasems defende que as prefeituras pressionem as bancadas federais e a sociedade  para garantir recursos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) e prestar  "minimamente" o que tem hoje de serviços à população.

Autor da proposta de judicialização contra a União, o prefeito de Jacobina, Rui Macedo (PMDB), disse que é importante que o governo federal honre, na sua integralidade, dentro do ano fiscal, os recursos pactuados para os programas Saúde da Família (PSF), Vigilância Sanitária e Agentes de Endemia, entre outros.

O prefeito justifica a judicialização, pois não vê avanços na esfera administrativa. Ele lembra que a Lei de Responsabilidade Fiscal impõe obrigações aos estados, municípios e à União, mas que as prefeituras estão sendo sacrificadas por uma falha que não cometeram.
"A ausência do repasse obriga o gestor a descumprir o que foi pactuado em cima de uma lei orçamentária anual, porque não houve a garantia (da União) da receita prevista", diz ele.

As queixas referentes ao atraso de repasse à saúde também foram feitas em relação ao governo do Bahia. O prefeito de Lafayete Coutinho, Zenildo Brandão (PP), disse que o estado tem oito meses em aberto com o município, cerca de R$ 400 mil para os serviços do Samu e Farmácia Básica-PAB. "Temos que pedir a Deus. Não temos de onde tirar mais".

Presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde da Bahia (Cosems), Stela Souza informou que o secretário estadual de Saúde, Fábio Vila-Boas, se comprometeu em regularizar as parcelas de 2014 do Samu (R$ 15,8 milhões) e do PSF (R$ 29 milhões). "Mas a situação continua crítica".

Ela recomendou aos prefeitos não abrir nenhum serviço novo. "O que nos preocupa é que temos 14 UPAS (Unidade de Pronto Atendimento) prontas no estado que precisam entrar em funcionamento, mas não há previsão de recursos para 2016".
FONTE: (http://atarde.uol.com.br/politica/noticias/1721062)

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